Um espaço de oitenta centímetros cúbicos, onde cabem dois, três, quatro, cinco amores.
Acho que até mais.
Amor de mãe de primeira viagem, de segunda, de terceira, de surpresa, de desejo, de espera e de começos.
Cabem babás eletrônicas pela casa e ursinhos nas prateleiras.
E latas de tinta que são de cor amarela para fazer surpresa do sexo do bebe.
No útero cabem futuros engenheiros, advogados, pintores e futuras mães.
Cabem ditados populares antigos e missões incríveis como a de ensinar a Bíblia, montar o plano de salvação e dobrar os joelhos em oração todos os dias pela manha. Do lado de fora desse útero – que pode ser o coração também, porque tem crianças que nascem do coração, só cabe uma coisa, que chamamos de gratidão.
Palavra muito pequena para expressar tanta vida, tanta luta, tanto sim e tanto não. Mas a palavra é pequena, o útero é o coração também.
Grande mesmo só o amor de lá pra cá, de cá pra lá.
Tudo transborda e em dias como hoje, transborda especialmente pelos olhos.