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Me Salvou – Gabrielli Beuter

Eu cresci em um lar reli­gioso, ouvin­do as histórias da bíblia, fre­quen­tan­do e fazen­do parte da igre­ja. Quan­do era cri­ança, lem­bro muito bem de como me ani­ma­va ao ouvir as histórias como de Jonas sendo engoli­do por um peixe grande, de Moisés abrindo o mar ver­mel­ho, Noé na arca com todos aque­les ani­mais e tan­tas out­ras histórias incríveis que eu fica­va encan­ta­da. Porém, nun­ca enten­di dire­ito como tudo aqui­lo podia ser real, acho que pen­sa­va que pode­ria ser como em um con­to de fadas, semel­hantes aos filmes da Disney.

Na min­ha pré-ado­lescên­cia, após nos mudar­mos para o Rio Grande do Sul com a min­ha família, pas­sei por um momen­to del­i­ca­do, onde con­hecia pou­cas pes­soas e fica­va muito tími­da em meio as mudanças que acon­te­ci­am em min­ha vida, além de me sen­tir deslo­ca­da fora da igre­ja, não me sen­tia acei­ta pelas pes­soas e tin­ha inse­gu­rança em quem eu era. Era vista como estran­ha, pois não fazia o que out­ros da min­ha idade acos­tu­mavam e gostavam de fazer.

Mas muitas coisas começaram a mudar nas férias de verão, quan­do fui em um acam­pa­men­to com meus ami­gos da igre­ja, que se chama­va ACAJUMER, eu tin­ha 12 anos de idade na época. Em um cul­to, lem­bro que o Prele­tor falou sobre Jesus, que não que­ria que fos­se­mos pes­soas que fre­quen­tásse­mos a igre­ja ape­nas, mas pes­soas que se rela­cionassem com Ele de ver­dade. Ele leu algo sobre João 15, que só podemos dar bons fru­tos na vida de estiver­mos dire­ta­mente lig­a­dos a Jesus, e que por mais “bons fre­quen­ta­dores de igre­ja” que nós pudésse­mos ser, bons reli­giosos ou pes­soas boas, sem Jesus não vale­ria nada, pois só estando lig­a­dos a Ele que a vida e o que faze­mos pode haver sentindo.

Foi como se eu final­mente começasse a enten­der o que a vida toda eu sem­pre ouvia a respeito da Bíblia, e então que perce­bi que não que­ria ser ape­nas como um gal­ho secan­do, sem dar fru­tos bons, eu pre­cisa­va dar fru­tos e viv­er muito além do que uma mera religião pas­sa­da pela min­ha família, eu que­ria viv­er e con­hecer mais de Jesus em min­ha vida. Naque­le dia eu tomei a decisão mais impor­tante da min­ha vida, foi como se uma ven­da caísse dos meus olhos, e lá esta­va eu com out­ros acam­pantes choran­do e pedin­do pra Deus me sal­var de uma vida sem fru­tos, uma vida sem sen­ti­do e seca. Eu enten­di que todo o sac­ri­fí­cio de Jesus na cruz foi por amor a mim para que eu pudesse viv­er uma vida ple­na aqui e que tivesse os mel­hores fru­tos. Ele havia entre­ga­do a sua vida por mim, e o mín­i­mo que eu pode­ria faz­er era entre­gar a min­ha vida inteira por Ele de uma vez para sempre.

Voltan­do para min­ha igre­ja, uma irmã falou de um cur­so chama­do “Con­hecen­do Deus e fazen­do a sua von­tade” que iria ini­ciar na igre­ja e quem tivesse von­tade de par­tic­i­par do grupo de estu­do, pode­ria falar com ela. No final do cul­to eu fui rápi­do falar com ela sobre meu inter­esse. Lem­bro que ela falou que seria um pouco pux­a­do para mim, pois teria muitas lições e eu gas­taria muito tem­po do meu dia para acom­pan­har, ela não sabia se uma garo­ta de 12 anos con­seguiria faz­er o cur­so, pois nun­ca havia ninguém tão novo como eu queren­do par­tic­i­par. Eu insisti afir­man­do o meu inter­esse e me esforçaria para ter­mi­nar o curso.

Os próx­i­mos meses dali em diante, eu pas­sei a dedicar cer­ca de 2 a 3 horas por dia lendo o livro do cur­so e a Bíblia. Lem­bro que em uma das lições, o desafio era tirar um tem­po para passear com Jesus e con­ver­sar com Ele. Eu não enten­dia dire­ito porque daqui­lo, eu só ora­va antes das refeições e nas reuniões na igre­ja, mas era como se fos­se um rit­u­al, ago­ra eu tin­ha que imag­i­nar Deus ali do meu lado e falar com Ele como se fos­se uma pes­soa? Isso soa­va muito estran­ho para mim, mas deci­di ten­tar faz­er mes­mo assim. Eu pen­sei em sair, mas esta­va soz­in­ha em casa então fui para o quar­to e sen­tei na min­ha cama… fiquei um tem­po pen­san­do como Jesus pode­ria estar ali do meu lado e em quan­to isso era louco (tipo ami­go imag­inário, eu já havia pas­sa­do da idade de brin­car dis­so haha).

Então come­cei a falar “soz­in­ha”, con­tan­do coisas aleatória do meu dia e falan­do coisas que eu acha­va que Jesus pode­ria ouvir. Essa foi a expe­ri­en­cia mais lou­ca da min­ha vida, quan­do no meu coração eu come­cei a sen­tir que Deus de fato se impor­ta­va comi­go e esta­va dis­pos­to a me ouvir. Eu caí no chão de joel­hos e choran­do agrade­ci a Deus por não estar dis­tante de mim, por me aceitar como eu era e por ouvir mes­mo sendo palavras de uma pré-ado­les­cente. Sen­tia como se Ele estivesse me abraçan­do e falan­do que me ama­va, sen­tia como se Ele falasse que que­ria faz­er parte da min­ha vida, que estaria sem­pre ao meu lado, e se eu deix­as­se, Ele que­ria ser meu mel­hor ami­go. Essa havia sido min­ha primeira oração con­sciente e enten­den­do que Jesus esta­va me ouvin­do mes­mo, que Ele era real.

Depois desse momen­to, eu não parei mais de falar com Ele, eu ia andan­do para esco­la falan­do com Ele (sim, uma garo­ta bem estran­ha falan­do soz­in­ha na rua – ou out­ros dev­e­ri­am pen­sar isso de mim, mas eu não esta­va nem ai haha), fala­va dEle para meus ami­gos e que­ria que todo mun­do pudesse enten­der o que eu esta­va viven­do. Que­ria que todos sen­tis­sem o amor que eu esta­va sen­ti­do e deci­di que essa seria min­ha mis­são de vida.

Essas exper­iên­cias acon­te­ce­r­am a cer­ca de 10 anos atrás, e durante essa cam­in­ha­da, eu pas­sei por muitas out­ras expe­ri­en­cias com Deus, pude con­hecer um Deus pre­sente e que se impor­ta comi­go mais do que ninguém. Enten­di que não é a religião que sal­va, mas só Jesus por meio do seu amor, o con­trário é mera dout­ri­na e reli­giosi­dade. Eu até já havia me bati­zan­do antes, mas só fui enten­der o sen­ti­do dis­so mais tarde.

Depois dessa min­ha decisão e nova cam­in­ha­da na fé, tam­bém pas­sei por muitos momen­tos difí­ceis e com­pli­ca­dos na min­ha vida, mas sem­pre sen­ti que Deus esta­va ali ao meu lado. Todo dia Ele faz questão de mostrar o seu amor por mim, que sua graça não tem fim e as mis­er­icór­dias se ren­o­vam todas as man­hãs (Lm 3. 22 e 23). A vida com Ele não tem como ser monó­tona ou para­da, pois sem­pre há algo novo a apren­der e viv­er, Ele está dis­pos­to a faz­er coisas incríveis na min­ha vida, tan­to quan­to aque­las histórias quan­do eu ouvia quan­do criança.

Desco­bri com o tem­po que quan­to mais próx­i­ma de Jesus eu estou, mais com­preen­do quão real Ele é. Um amor incondi­cional que mes­mo que eu con­tin­ue a errar e fal­har, Ele con­tin­ua me acei­tan­do como eu sou. Quem além dEle pode ser assim? Um Deus que não aban­dona quan­do mais pre­cisamos ou até quan­do achamos que não pre­cisamos. Um Deus que se impor­ta des­de os grandes aos pequenos detal­h­es da min­ha e da sua vida. Hoje não sei como seria min­ha vida sem Ele e nem imag­i­no como será… Ele deu tudo por mim, e eu acho ain­da, que o mín­i­mo que eu pos­so faz­er é dar tudo para Ele. Você já exper­i­men­tou algo isso também?

Gabi Beuter

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